Preços da Soja no Brasil Sofrem Pressão com Perdas de até R$ 4 por Saca nos Portos em Semana sem Referência de Chicago

Um levantamento realizado pela Brandalizze Consulting destaca que o início da semana traz pressão sobre os preços da soja no mercado brasileiro, mesmo diante da ausência de referência na Bolsa de Chicago devido ao feriado do Dia de Martin Luther King nos Estados Unidos. Os indicadores apontam para valores menores, chegando a até R$ 2,00 por saca no mercado de balcão, mesmo com a valorização do dólar em relação ao real nesta segunda-feira (15). O consultor Vlamir Brandalizze destaca que esses são os níveis mais baixos em alguns meses e observa que os participantes do mercado estão se resguardando diante da sensibilidade do mercado de Chicago, que permanece abaixo de US$ 12,50, indicando que os prêmios (basis) podem se tornar mais elevados com a chegada da safra.

Os preços atuais, que estão de R$ 10,00 a R$ 15,00 por saca mais baixos em comparação com semanas anteriores, têm levado os vendedores a serem cautelosos na realização de novos negócios, mantendo a comercialização ainda lenta no mercado nacional. Brandalizze sugere que os produtores reavaliem suas estratégias comerciais diante da pressão iminente com a chegada da nova oferta.

O consultor destaca que ainda há soja da safra passada nos portos, com muitas cerealistas e cooperativas iniciando a derrubada de balcão. Isso visa incentivar os produtores a liquidarem os estoques acumulados desde o ano passado, especialmente nas regiões de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. A comercialização está ocorrendo de forma lenta, o que contribui negativamente para as cotações.

Nesta semana, os preços de referência para a soja no mercado de balcão variam entre R$ 100,00 e R$ 120,00, dependendo da região, prazos de entrega e pagamento. Nos portos, os indicativos também estão mais baixos, chegando a uma perda de até R$ 4,00 por saca, como é o caso de Rio Grande, ou R$ 122,00 em Paranaguá. Brandalizze destaca que, atualmente, não há discussões sobre negócios no mercado de lotes.

A semana se inicia com a expectativa de um mercado de soja calmo, sujeito a pressões negativas nos níveis internos devido à chegada da safra e produtores ainda com soja para negociar, enquanto outros estão vendendo a safra nova para obter caixa. O mercado deverá manter-se tranquilo, com poucas chances de grandes mudanças nos indicativos, seguindo com uma leve tendência de baixa, conforme complementa o consultor.

Apesar das incertezas sobre o tamanho real da safra brasileira de soja, a entrada da nova oferta no mercado está exercendo uma pressão mais acentuada sobre os preços. O Brasil já comercializou aproximadamente 30% da safra, um índice atrasado em relação a anos anteriores, que deveria estar perto ou acima de 45%. As vendas estão ocorrendo em um ritmo lento nos próximos meses, com os produtores ainda bastante cautelosos.

Diante desse cenário, é previsto um primeiro semestre com o mercado acomodado e pressionado nos indicativos nacionais, a menos que ocorram mudanças significativas na oferta, especialmente na Argentina. Os compradores estão demandando soja, mas de forma escalonada, o que não deve proporcionar um impulso intenso para os preços. A Bolsa de Chicago retoma as negociações nesta segunda-feira à noite, refletindo os últimos números do USDA, que apresentou um relatório mensal de oferta e demanda considerado baixista para os futuros da soja, resultando em uma queda de quase 2% no último pregão.

Publicado por: Daniel Costa

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